Meu celular apitou logo cedo. Para não me deixar esquecer que era seu
aniversário. Como se eu pudesse esquecer o dia do seu aniversário. Eu
acompanhei as fotos postadas nas redes sociais da sua comemoração. Você rodeada
de novos amigos. (Aqueles que você disse que não teria). Ao menos você parecia
feliz, espero que não tenha sido simples poses para as fotos (ou para o fotógrafo).
Desculpa Pequena, mas lhe esquecer é algo fora de cogitação. Sinto
falto do seu sorriso de dentes tortos. Daquele seu jeito de sorrir que é só
seu. Até parece careta, mas você sorrindo daquele jeito sempre me fez sorrir e
aumentar minha vontade de estar com você.
E não foi apenas pelo seu sorriso que eu voltei para você aquela vez.
Foi pelo seu carinho. Pelo seu beijo. E se você repetir aquela palavra, pode
ter certeza que eu apareço do seu lado. Basta você me chamar. É só você dizer:
“Vem”. Eu faço as malas e largo todo o resto.
Da última vez que você me chamou, você ainda estava apaixonada por
mim. (Não tente negar, você sabe que é verdade. Eu também estava apaixonado por
você). Apesar do seu jeito naturalmente grossa, fica toda boba quando está
apaixonada. Quase tão boba, quanto a minha bobice natural. E se disser que
estou mentindo, eu lhe mostro as mensagens no meu celular. Aquela que você diz já
sentir a minha falta. Ou a que você diz ser confortável dormir do meu lado. Ou
a que você deseja que estivesse do seu lado.
Mas você me enxotou pra fora da sua vida. Eu tentei ficar. Lutei
contra. Mas ser ignorado por você dói demais. (Apesar de ainda ficar fuçando
nos seus álbuns de fotos e revendo aquela nossa foto junto). Como eu queria
estar de novo naquela noite que saímos para andar, paramos sobre a ponte e
ficamos namorando enquanto os barquinhos passavam no rio. Foi nossa última
noite juntos.
Imagem - Autor: Thiago Romero |
Mas se você me chamar, eu vou! Ainda tenho seu endereço. Até lhe
escrevi uma vez, uma pena que você nunca me respondeu.