terça-feira, 16 de setembro de 2014

Talvez dessa vez

Eu te desejei em cada mensagem. Cada vez que o celular apitava, eu me perguntava: “Será que é ela?”. Quando você me disse: “Você foi a primeira pessoa com quem eu conversei hoje”. Eu pensei: “Será que direi ‘bom dia’ na cama dela algum dia?”.

O tempo passou entre suas mensagens respondidas e as ignoradas. Entre nossos encontros que você dizia ser para matar a saudade. Nossos longos abraços, nunca terminados em beijos. Eu esperei por você.

Quando você me disse: “Eu já não sei mais o que fazer”. Eu respondi: “Confia em mim? Larga tudo, vem passar o final de semana comigo. Comprei o vinho que você gosta para experimentar. Vem beber comigo”.

No sábado à noite, eu sentei na varanda. Olhei para as estrelas. Enchi minha taça de vinho. Olhei para a Lua e perguntei: “Por que eu ainda pensei que ela viria?”.

Na segunda de manha, você me envia: “Sonhei com você”. Ah se você pudesse contar o número de respostas que eu pensei para você. Se você pudesse imaginar o número de vezes que eu te xinguei em pensamento. Mas, principalmente, se você soubesse o quanto eu quis que seu sonho tivesse sido real.

Talvez você só esteja me fazendo pagar pelos meus erros, nessa e nas outras vidas. Ou talvez, você só queira atenção para quando o mundo lhe feche as portas. Caso você esteja lendo esses devaneios, não se preocupe. Você não é um monstro. O monstro seu eu. O monstro das ilusões. Das minhas próprias ilusões.

O problema é que eu sou fraco, digo que não me entregarei a você novamente. “Estou com saudades de você” é a mensagem que o celular mostra. Eu esqueço todo o resto... “talvez dessa vez”.