segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Permita

Eu sei que eu cobro demais. Cobro de você. Cobro o carinho que você me deu um dia. O carinho que sem querer você usou para me conquistar. Você me deixou órfão do seu carinho. Me deixou órfão de você. Dia após dia, deixei ser seu príncipe para ser um sapo num feitiço qualquer.

Não sei se é porque antes não nos conhecíamos ou se é porque agora nos conhecemos, mas tudo mudou (e não foi para melhor). Sendo órfão me tornei pedinte. Um maior abandonado pedindo carinho. Comemorando migalhas. Se outrora acordei com uma mensagem carinhosa vinda de você, hoje celebro uma mensagem respondida que não venha acompanhada de um ponta pé.
Por que não me permite entrar na sua vida? Estou cansado de bater a porta e você não abrir. De pular o muro, entrar sem permissão e você me mandar embora. Por que você me mantem assim à distância?

Me expulsa de uma vez. Diz que cansou do meu jeito carente, do meu jeito preocupado. Diz que gosta de outro. Diz que só quer um amigo. Mas me diz! Conversa comigo. Por que é tão difícil dizer?! Você é muito melhor com as palavras. Escritas ou faladas. Pode ser por carta, telegrama, telegrafo, email ou telefone. Só quero as palavras. Suas palavras.


Foi você quem disse não gostar desse mundo virtual em que vivo, por que não me deixa fazer parte do seu mundo real? No ciberespaço eu lhe mantenho por perto. Mas esse perto é longe demais.
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domingo, 10 de novembro de 2013

Você nunca foi minha

Você nunca foi minha. Eu sei. Nós ficamos três ou quatro vezes em espaços variados de tempo. Sempre aquela vontade de ficar mais uma vez com você. Algumas mensagens você respondeu, outras não. Às vezes é você quem puxa assunto. (Mas já reparou que sempre que ficamos foi na sequência das poucas vezes que você me procurou primeiro?!).
Você mexe comigo. Eu sei que você sabe. Você é linda de um jeito irresistível para mim. Você me seduz com o olhar, mesmo sem querer (ou fingindo querer não me seduzir). Perto de você minha vontade é beijá-la, é lhe conquistar com carinho e brincadeiras. Perto de você sou só um menino.
Um menino crescido e responsável. Esperto o bastante para saber que você não gosta assim tanto de mim. Gosta um pouquinho. O suficiente para ter vontade de ficar comigo às vezes. Para conversar comigo. Para desabafar quando se sente só. Para reclamar do trabalho e dizer que quer férias permanentes. Para sair do trabalho mais cedo, cabular a faculdade e me encontrar no cinema.
Não sou apaixonado por você. Nem você por mim. Nós dois sabemos. E não sei explicar o que sinto. Mas se vejo uma foto sua com alguém. Sinto algo estranho dentro de mim. Fico pensando que você finalmente se apaixonou e não ficaremos mais. Sinto inveja do rapaz. Pois ele lhe tem envolvida nos braços. Eu sei bem o quão incrível e especial você é! Então como não sentir um pouquinho de inveja desse guri?! Talvez a solução seja não ver. Mas quem foi que disse que consigo evitar essa vontade de saber como você está!
De vez em quando eu sumo. Eu sei. É que a inveja também dói um pouco. E sua falta de respostas me dói ainda mais. Então finjo não ligar. Finjo não me importar. Até que você resolve me mandar uma mensagem e perguntar como estou. E tudo volta ao começo.
Imagem - Thiago Romero
Talvez eu só queira um dia, um final de semana ou uma semana inteira com você. Para descobrir tudo sobre você, para me deixar apaixonar ou não. E se fosse só eu a me apaixonar, que seja o nosso fim. Ou o começo. Ou apenas a nossa mesmice de sempre.
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sábado, 9 de novembro de 2013

Morena

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Ah Morena... Como você me faz falta. Não há um dia que passe sem que eu me lembre de você. Você deixou suas marcas na minha vida. Meu molho de chaves carrega o chaveiro que você me deu. No meu bolso a carteira que ganhei de você, quando consegui aquela promoção no trabalho. No fundo da gaveta de meias fica aquela carta que você me deu quando ainda estávamos no colégio.
Já pensei em me livrar de tudo. Talvez seja mais fácil lhe esquecer. Não que eu não consiga lhe esquecer. Eu não quero lhe esquecer. Para um rapaz solitário lembranças boas sempre são necessárias. As noites de insônia podem me fazer enlouquecer. Então, busco você na memória. Sempre mais linda e atraente do que o teto do meu quarto.
Imagem - http://www.imagensdeposito.com/casa/21258/cama+desfeita.html
Antes eu pegava o celular para lhe mandar mensagem ou lhe telefonar. Hoje eu pego o celular, rodo a lista de contatos e paro sobre o seu nome... Desligo o celular. Cumprindo minha promessa. A de não lhe procurar mais. A mais difícil promessa.
Sempre fui de cumprir minhas promessas, mas lhe perdi no momento que deixei meu orgulho ser maior que minha lealdade. Eu imerso no paradoxo da minha mente, você me excluiu da sua vida por eu ter falhado contigo.
Sem seu perdão. Sem seu carinho. Sem seu amor. Sem sua amizade. Sem você. Foi assim que eu fiquei. Fico aqui cumprindo minha palavra. Na esperança que um dia por ocasião ou destino a gente se encontre, para ser perdoado ou recomeçar. (Só espero não ser ignorado).
Imagem - http://veravilhena.blogspot.com.br/2009/11/estou-de-pata-ligada.html
Enquanto a vida toca a bola, vou conversando por aí. Como medo de sair lhe procurando dentro de cada conversa ou flerte de bar. Na esperança de me reencontrar.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Na janela do ônibus

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Você me ensinou no período de dois dias que as coisas ainda podem simplesmente acontecer. Tão natural como segurar a sua mão, foi lhe beijar. Tão simples como lhe desejar bom dia, foi lhe abraçar.
Toda vez que sento no banco do ônibus eu baixo a cabeça e olho pro meu braço. Eu vejo seu carinho. Me vejo de mãos dadas com você. Enquanto você faz carinho no meu braço com a outra mão. Com a cabeça encostada no meu ombro. Sinto o cheiro do seu condicionador de cabelo.
Eu rio sozinho me lembrando das vezes que fui beijá-la e você escondia os lábios com o cabelo só para me provocar. Acho que nunca comi tanto cabelo, como naqueles dois dias. Fosse para libertar seu sorriso escondido ou lhe roubar um beijo.
Enquanto o ônibus roda, eu sonho com você apanhando o bus e vindo sentar ao meu lado. Sem dizer nada você se senta e nossas mãos se entrelaçam. Só quando acordo eu me dou conta de que sua presença não passou de um sonho.
Penso se um dia nos reencontraremos. Se um dia teremos mais que dois dias juntos. Se um dia estaremos juntos. Mas são muitos “se” e logo meu ponto chega. É melhor não criar expectativas. Só que a janela do ônibus me leva a sonhar e viajar. Quando o ônibus parar eu coloco meus pés no chão.
Gosto de imaginar como é o seu mundo. Sua rotina. Seus amigos. Seus romances. Se seus affairs também são capazes de arrancar risos e choros de você ou se é exclusividade minha. Você me ensinou “te echo de menos”. Eu espero para lhe ensinar “te quiero mucho”. Mas fica pra amanhã. Meu ponto chegou. Tenho que descer.

Leia também: Na estação de trem



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Bárbara

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- Escute aqui. Sei que você está presa ai dentro, mas é bom já ir me escutando. Você terá que me obedecer, serei sempre mais velho e mais forte que você. Mas prometo cuidar de você para que nada de mau lhe aconteça. Vou te ensinar a amarrar o sapato igual à Mamãe me ensinou “Dobra, enrola, passa e puxa”. No começo é difícil, mas você aprende. É só treinar bastante. Posso te ajudar a estudar para as provas de matemática, aprendi com o Papai, mas ele é bravo para explicar. Não serei bravo com você. Você vai comer a comida da Vovó Cida, é a mais gostosa que há! E quando a gente for à casa da Vovó Nair ela vai dar chocolate para gente depois do almoço. Nossa família é grande, você vai ter primos da sua idade para brincar nas festas de família. O Papai gosta de fazer churrasco no telhado da casa da Vovó e tia sempre monta a piscininha nos domingos de muito calor. Vou te ensinar a nadar. É muito legal nadar. A mamãe é meio nervosa às vezes, mas ela sempre cuida da gente quando cai na rua e rala o joelho, ou quando dá dor de barriga, ou quando o monstro debaixo da cama não nos deixa dormir. Ela sempre cuida da gente, mesmo estando nervosa. E tem o balanço do parquinho, gosto de ir bem alto e rápido, mas vou empurrando você devagarzinho para você não ficar com medo de cair até conseguir se segurar com força. Vê se sai logo daí de dentro da barriga da mamãe, quero lhe conhecer irmãzinha.





quinta-feira, 5 de setembro de 2013

E então é seu aniversário

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E então é seu aniversário. Faz tanto tempo que não nos falamos. Passei a manhã toda pensando se deveria ligar para você, lhe mandar um e-mail ou um recado no Facebook. Difícil decidir. Antes era mais fácil. Fazia tudo isso e ainda mandava SMS. Verdade, tenho a opção do SMS também. Tinha até me esquecido.
Será que ainda reconheço a sua voz pelo telefone?! Quando foi mesmo a última vez que nos falamos?! Eu não consigo lembrar. Só me lembro das madrugadas que passávamos conversando sobre tudo e sobre nada. Seu sorriso fica ainda mais distante na minha memória. Eu me lembro da sua emoção quando lhe dei aquele pingente no seu aniversário de 18 anos.

Tínhamos as tardes no parque. A gente escolhia um banco. Você sentava e eu deitava com a cabeça no seu colo. Eu ganhava um cafuné e conversávamos a tarde toda. Passado, Futuro e Presente. A gente nunca se importou com o tempo. Com o que era história, com o que era sonho e com o que era real. Nós só compartilhávamos o que sentíamos.
Não me esqueço dos sustos que você me deu. Das vezes em que me deixou preocupado. Quando desmaiou antes do jantar, por ter passado o dia todo sem comer. Quando teve aquela crise de cólica insuportável e eu não sabia como lhe ajudar. E aquele dia em que brigou com a sua mãe e chorou a tarde toda.

Você reclamava das minhas ex-namoradas. Dizia que eu tinha o dedo podre. Que eu não sabia escolher. Eu retrucava dizendo que não passava de ciúmes a sua opinião. E você me ironizava: “Eu com ciúmes de você, se liga!”.
Eu tentava tirar fotos suas, mas você não deixava. Tinha que esperar você se distrair para guardar uma foto de recordação. Ainda bem que você gostava de tirar fotos junto de mim.
Pena que faltou nossa viagem. Nós a planejamos tantas e tantas vezes. Triste saber que ela não saiu do papel. Pelo menos sei que tentamos. Mas sempre surgia um problema terrível de última hora comigo ou com você.


Acho que me decidi. Se não posso lhe ver, melhor eu lhe telefonar. É mais pessoal. Pena que não tenho mais seu número. Você partiu e não me deixou o número do seu telefone lá do céu.



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vem pro pôr do sol

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- Eu quero que você cuide de mim. Não! Eu não quero uma babá ou uma nova mãe. Só queria que fosse igual na musica do Skank “quando eu estiver triste, simplesmente me abrace”.
Sei amarrar os sapatos e atravessar a rua sozinha. Também sei consertar o chuveiro e trocar a lâmpada. O que eu não sei é se vou conseguir ver as cores do mundo ou os desenhos nas nuvens se você não estiver aqui de mãos dadas comigo.
Calma! Eu não sou egoísta. Eu quero cuidar de você também. Não preciso te ensinar a amarrar os sapatos ou a atravessar a rua. Mas quero lhe deitar em meu colo em cada TPM. Quero lhe preparar jantares surpresa. Quero invadir seu banho de vez em quando só para darmos banho um no outro.
Além disso, eu adoro lhe beijar na chuva, mas você reclama que a água da chuva é muito gelada, o chuveiro a gente pode colocar no quente e você não terá motivos para reclamar.
Eu te quero e eu te desejo, meu bem. Diz que me quer também.



- Oh, meu bem. Vem cá. Agora , sou eu que quero lhe abraçar. É bom mesmo que me dê colo e me mime em cada TPM. Vai precisar não discordar de nada e só confortar nestes dias. Cuide das suas surpresas, que eu tenho as minhas. Gosto e sei que você gosta também de quando chego de surpresa enquanto você lava a louça lhe abraçando e beijando sua nuca. A água da chuva é gelada, não gosto. Quanto ao chuveiro, vou pensar no seu caso.
Quero estar contigo a cada tombo e a cada riso do dia-a-dia. O seu sorriso me ganha todos os dias. Quero dormir cada noite abraçada a você, pois com você me sinto protegida de tudo. E lhe lembrar que você não está sozinho. Quando for de madrugada quero lhe acordar com um beijo para passar a madrugada namorando.
Vem, amor. Estou lhe esperando. Saí mais cedo do trabalho. Me encontra no cais, vamos ver o pôr-do-sol juntos hoje!





quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Carência

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Eu olho de um lado não tem ninguém. Olho do outro também não tem. Procuro um abraço no meio da sombra, mas fico no vazio. No vácuo. Eu desço a barra de rolagem do chat. Devem ter umas cem pessoas online do outro lado do PC. Mas nenhuma delas aqui ou disposta a me encontrar só para me abraçar.
Sei que já passei dos vintes e continuo agindo igual criança. Faço um charme. Um drama. Um sorriso. Procuro um abraço. Um afago. Um colo. Sem medo de parecer infantil. Eu sou bobo mesmo. Sou carente.
Desculpa. Eu fiquei mal acostumado. Quando eu era pequeno. Eu tinha minha mãe. Ela me abraçava e me dava colo. Era só eu pedir. Ou chegar ocupando o espaço. E ela fazia o mesmo, quando era ela que precisava.
Acho que você não me entende. Eu não quero dizer nada. Eu só quero abraçar. Quero sentir um aperto no meu corpo como se fosse o último. Quero um carinho sem palavras. Um eu te amo sem som. Quero um cafuné. Quero. Quero. Quero. Sei que estou querendo demais. Mas sei retribuir também. Sei abraçar para proteger. Sei fazer cafuné. (Brigadeiro e chocolate quente também para as tarde de coberto no sofá da sala).
Você me chama de carente. Diz que só sei pedir. Mas você não entende que eu só não quero ficar sozinho. Que sou pequeno e infantil quando o assunto é cuidar de mim mesmo. Só sinto falta de carinho. De um afago. De um abraço.

Só não confunda minha carência com imaturidade. Já apanhei demais da vida e continuo de pé. Eu reclamo pela falta de carinho. Reclamo mais um pouco daqui ou dali. Contudo eu me viro bem sozinho. Eu pago o aluguel e a prestação da passagem no fim do mês. Pena que você decidiu não ir comigo para Noronha no final mês.



domingo, 11 de agosto de 2013

Na estacao de trem

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Na estação de trem eu lhe roubei um beijo. Ainda sinto o gosto dos seus lábios. E o carinho da sua mão no meu peito. Na estação de trem eu me despedi, torcendo para ser apenas um até logo, e a sua imagem ficou na minha memória. Um sorriso leve. Que só aumentava a minha vontade de perder o trem.
De volta ao meu lugar de sempre. Me pergunto se você virá essa noite. Enquanto olho o rio e as estrelas. Essa noite queria partilhar com você o meu refúgio. Ficar abraçado com você e lhe beijar sob a luz da lua.

No fundo sei que você não vem essa noite. Eu também não viria. Do que adiantaria uma noite se depois fosse nunca mais? Você foge com medo de se apegar. E eu vou de mansinho com medo de lhe decepcionar.
Quem sabe quando estivermos de volta nos nossos próprios mundos não nos encontremos na fila do cinema ou do show de alguma banda. Sei que você tem bom gosto pra música. Pena que sua vergonha não deixou você dançar comigo, mesmo quando eramos apenas eu e você na sala. (Só me esqueci de lhe contar que eu também não sei dançar).
Eu deveria ter perdido aquele trem. Mas foi só depois que o trem partiu que percebi que aquele primeiro beijo pode ter sido o último.


PS: Sem expectativas. Sem promessas. Sem sonhos. Só vontade. Vontade de lhe ver de novo.

Leia também: Na janela do ônibus



terça-feira, 30 de julho de 2013

Cafajeste

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Me avisaram sobre você. Que você não valia nada. Que não daria certo. Que eu iria sofrer. Que eu iria chorar. Mas eu me encantei com suas brincadeiras. Você sorria e a gente se zuava. A gente se beijava e se amaçava no escuro. Sim! Era muito bom. Você mexeu comigo. Você mexe comigo.

Só que você não foi o primeiro. Só que no momento é você! E essa fase vai passar. Você não se preocupou e nem me deu valor. Brincou com meus sentimentos e traiu minha confiança. Eu sem querer lhe dei meu coração e você nem percebeu. Você não passa do típico cafajeste. Um garoto mimado preocupado com quantidade e tamanho.

Fonte da imagem: http://julioribeirocortez.blogspot.pt/2010_12_01_archive.html

Cansei das suas mentiras e farsas. Cansei de ter meu coração mal tratado. Passar a noite sonhando contigo, enquanto você se esfrega com outra qualquer.

Ainda sim meu coração insiste em me fazer pensar em você. Seria tão mais fácil se você me dissesse que não me quer mais. Iria lhe esquecer. Mas você quer! Só se preocupa com seu gozo. Você quer meu corpo e não está nem aí pros meus sentimentos. Assim como você deseja todas as belas mulheres que passam pela rua.

Me pego lembrando daquela balada em que nos conhecemos. Quando deveria estar me esquecendo de você. Já perdi as contas das madrugadas chorando. Mas passa. Já não choro mais. Só um desespero leve.



terça-feira, 16 de julho de 2013

Lembra

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Você se lembra dos nossos planos?! Lembra?! Se lembra das madrugadas conversando no skype? O Sol já raiava a quando íamos dormir. Sempre inventávamos um assunto ou uma brincadeira. Às vezes velhas histórias (nossas ou não).
Estranho lembrar?! E quando planejamos a nossa noite perfeita? O meu velho apartamento. Um jantar à luz de velas. Uma das receitas de massa italiana que minha vó me ensinou. A mesa encostada na pequena janela. A gente olhando a lua cheia. E torcendo para ela ficar bem no centro da janela. Para colocar a máquina no timer e correr para a mesa. Só para tirarmos a foto perfeita. Lembra?!
É. Acho que você não lembra. E de quando você chorava reclamando do porquê das pessoas mentirem tanto. Eu lhe acalmava e conversava contigo. Fazia palhaçada pela webcam até ganhar um sorriso seu (Como gosto do seu sorriso. Ele me transmite uma paz.).
Nós prometemos sinceridade um ao outro. Lembra?! É. Acho que você lembra. Você sempre disse a verdade (se nossos planos tiverem sido reais para você, como foram para mim. Espero que não só o adeus tenha sido sincero.).
Mas tudo bem. Vai lá. Vá de encontro ao seu velho amor. Talvez ele seja mesmo o seu grande amor. Eu fico aqui. Talvez eu seja como o Cazuza. Talvez eu seja só um exagerado que adore um amor inventado.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Ilusão

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Me desculpe, mas estou cansado de me iludir. Acreditei demais nas pessoas. Acreditei em tantas juras de amor. Que agora não me lembro de uma se quer que se preservou. Ou mesmo qual tenha sido verdadeira. Me desculpe, talvez você não esteja fazendo por mal. Talvez você até esteja gostando a minha companhia agora, porém sei que amanhã de manhã você não estará aqui. Sei que nós somos apenas uma ilusão da minha cabeça. Sei que nunca fomos sequer amigos.

Você e quase todas as outras mulheres que conheci, me parecem que ter o jeito certo de mexer nos cabelos, de brilhar os olhos e tom de voz certo para pedir ajuda. (Ou para me usar a fim de conseguir alguma coisa que estavam querendo).

Sei que algumas vezes fui inocente. Outras vezes me fingi de bobo só para ver até onde iriam, ou o que realmente queriam. A verdade é que, na maioria das vezes, fiz por migalhes. Me contentei com migalhas. Me iludi com migalhas.

Talvez na época de colégio eu só fosse o garoto nerd que aparece nos filmes. Aquele que a menininha bonita surge pedindo ajuda com o trabalho de matemática. O garoto faz quase todo o trabalho (quando não todo), fica feliz de ganhar um beijo na bochecha. Enquanto ela vai pro baile com o capitão do time de futebol.

Talvez eu seja só o turista inocente que conhece uma turista bonita. Ficam conversando e conhecendo a cidade. Ele pensa que ela está se interessando por ele. Mas, ela só precisava de alguém para tirar fotos dela pela cidade. Ela o abraça, mas quando ele se aproxima ela se esquiva. Depois que o passeio acabar, eles nunca mais irão se ver.

A culpa é minha de ter acreditado em cada “eu gosto de você”. Por pensar que cada abraço tivesse sido sincero, quando na verdade só confortavam a carência da minha alma. Por ter pensado que cada “conte comigo para o que precisar”, seria de pessoas presentes em minha vida.

Enfim, talvez seja só eu que confiei fácil demais, que me apaixonei muito rápido e me iludi com a velocidade de um raio. Talvez só tenha me isolado das pessoas a quais eu deveria ter me aproximado e me afastado as que me aproximei.

Vou entender se partir pela manhã ou se for embora agora. Vou entender se nunca mais nos vermos. Se quiser ficar e me abraçar, ainda que por pena de mim, prometo mudar o animo dessa noite, mesmo que seja pela primeira e última vez entre nós.





quinta-feira, 20 de junho de 2013

Conhecendo...

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- Você diz que eu me esquivo o tempo todo, mas alguma vez você me disse que queria ficar?!
- Mas eu não sei o que eu quero.
- Por que razão eu entregaria todos os meus pensamentos se nem o mesmo desejo de estarmos juntos você tem? Se nem essa falta dos seus abraços que eu sinto você sente também? Se nem essa vontade de beijar os seus lábios você tem pelos meus?
- Isso não é verdade. Eu gosto dos seus abraços. Eu me preocupo com você, de verdade! Eu me importo com você!
- Ainda sim, você não me deixa uma única chance de lutar por você. Por que eu iria demonstrar tudo que guardo dentro de mim? Por que iria me encher de expectativas se você não estaria disposta a ficar?
- Me parece mais que você tem medo. Medo de arriscar. Medo de lutar.
- Não tenho medo de me apaixonar, se é isso que você está querendo dizer. Estou evitando me apaixonar por você. Eu me afasto e me escondo às vezes, para que as palavras não se excedam. Prefiro o ímpeto de um beijo roubado, a uma palavra não pensada que revele (ou que tente revelar) o que sinto.
- Talvez a culpa seja minha. Sou tão confusa. E fui lhe conhecer justo no meio de tantas dúvidas em minha vida. Por que você não apareceu há alguns anos em minha vida? Eu então não teria pensado duas vezes em lhe dar uma chance. Mas agora nem eu sei mais o que quero de minha vida. Você é um bom rapaz...
Imagem - http://www.padreleoeterno.com/2011/03/importancia-do-dialogo.html
- Só não sou a pessoa certa para você?! Isso que iria dizer?
- Não é isso.
- O que é então?
- Não sei explicar. Mas é verdade. Eu gosto e me preocupo com você.
- Então diz que fica, que eu paro de me esquivar. Não tenho medo de me demonstrar ou me apaixonar. Só quero você disposta a vivenciar o momento comigo. Se eu não lhe agradar, vou entender, mas quero essa oportunidade por completa. Mesmo que eu me apaixone e você não. Mesmo que você se apaixone e eu não. Quero a chance de lutar por você por inteira, e não por um pedaço de você.



quarta-feira, 12 de junho de 2013

Palavras de despedida

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Você falou em tom de despedida palavras nunca ditas. Confessou gostar de mim. Disse que lhe faço bem, que sou gentil e que sempre lhe ajudo. Mas seu ar de despedida impregnou em meus pensamentos. Sinto um medo de ter lhe perdido para o desconhecido (ao menos para mim é desconhecido).

Senti tristeza em sua última mensagem. Me deixou a citação daquele livro que você gosta, aquele em que personagem que lhe faz lembrar de mim. Mesmo que eu nunca consiga memorizar o nome da personagem ou do livro, me dava uma sensação tão boa toda vez que você dizia que algo lhe fez lembrar-se de mim.

Você me disse que não era despedida. Eu fingi acreditar e confiei em você. Mas na manhã seguinte você não estava em sua casa, não atendeu meu telefonema e nem respondeu minhas mensagens. Pensei em lhe procurar no seu trabalho, porém você nunca me contou onde trabalhava. Pensei em perguntar pro seus pais, porém você nunca me apresentou a eles. Pensei em perguntar pros seus vizinhos, porém você morava na única casa da rua.

Já passou uma semana desde que ouvi aquelas palavras de despedidas, e desde então não tenho notícias de você. Você me disse que eu estava errado, que não eram palavras de despedidas. Se não eram palavras de despedidas, por que desde então não lhe encontro mais?

Gostávamos das mesmas bandas. Apesar de um lado meu às vezes querer cair no samba e um lado seu querer assistir a uma opera. Gostávamos dos mesmos filmes. Apesar de eu preferir os filmes nos quais o mocinho se dava mal no final e você os filmes que tinham final feliz. Talvez seja isso, por eu gostar dos filmes que o mocinho ficava sozinho no final. Você resolveu ir embora e me deixar aqui solitário.

Deixei essa carta debaixo da porta da casa em que você morava. Na esperança de que um dia você volte. Espero que esse dia não demore, pois estou sentindo a sua falta. Ainda que meu coração diga que você nunca irá voltar.

Passei essa semana me perguntando o momento no qual eu lhe decepcionei. Não consegui encontrar. Agora me pego pensando se você realmente existiu ou se foi fruto da minha imaginação, da minha solidão. Talvez um estranho alugue a casa e leia essa carta, e então pense que “guri louco”. Com certeza, fui. Fui louco por você! Pelo seu carinho e pelo seu amor. Agora fico aqui apenas com as lembranças dos seus abraços e a fragrância do seu perfume na minha memória.

Cenário do filme SAFE HAVEN



sábado, 1 de junho de 2013

Tentativas - Capítulo 02

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- Aceitas um drink guria? Por conta da casa.
Ela responde sem virar para o balcão. Fica observando o movimento no salão e na pista de dança.
- Aceito.
- Aqui estás!
- Obrigada.
Imagem - http://www.sodahead.com/fun/its-doofiegirls-birthday-todaylets-have-a-bash/question-3343609/?page=7
Ela então se vira para o balcão para pegar sua bebida. O garçom continuava a empunhar o copo sobre o balcão.
- Você?!
- Já que tu não aceitaste jantar comigo, pelo menos meu drink tu quiseste.
- Você trabalha aqui?
- Só nos dias de muito movimento. O dono é meu amigo, então ele me chama quando precisa de uma ajuda. Um dinheiro extra sempre vem bem a calhar.
- E você não acha ruim? Estudar o dia inteiro e depois vir para cá e trabalhar a noite toda?
- Tu te acostumas com o tempo. Além disso, preciso da grana. Mas algumas noites são bem divertidas. Não foram poucas as histórias que eu ouvi e presenciei nesse balcão. E por que tu vieste sozinha pro bar?
- Fiquei de encontrar minhas amigas aqui. Só que como de costume, elas estão um tanto atrasadas.
- Vós sempre vindes para cá? Ou costumais ir para outros bares?
- Já viemos aqui algumas vezes, mas nenhuma vez estava tão cheio.
- Acho que por isso, nunca tinha te visto por aqui antes. Tu ficaste brava comigo pelo meu convite para jantar aquele dia cantina da faculdade?
- Achei você muito abusado. Chegar daquele jeito e me chamar da forma que chamou para jantar. Achei ridículo para lhe falar a verdade. Tanto que nem peguei seu endereço. Deixei o papel onde você colocou.
- Admito que fui um tanto abusado, mas foi a primeira coisa que me veio a cabeça. E não era daquele dia que eu vinha te observando pelo campus. Já fazia algum tempo que te admirava escondido.
- E por que você ficava me admirando?
- Oi amiga! Chegamos. Desculpa a nossa demora. Como está cheio aqui hoje! Mas tem uma mesa ali no canto. Vamos lá?
As amigas então a puxaram pelo braço e começaram a conversar. Só houve tempo dela virar o rosto de encontro ao garçom e ele lhe dizer.



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Talvez

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Talvez eu lhe encontre perdida num bar com um copo de cerveja na mão e uma mesa rodeada de amigos. Talvez você seja fã de jazz e eu esbarre em você na saída de um daqueles concertos no centro da cidade. Talvez você só ande sozinha pelas margens do rio nos dias de sol e eu esteja na margem oposta lhe admirando. Talvez você seja uma poetisa pedindo uma opinião sobre os seus textos. Talvez você seja uma leitora buscando novos materiais.

A guria da bilheteria do teatro ou a atriz do espetáculo. Dos piqueniques nas tardes de domingo. A contadora de histórias da ala infantil da biblioteca. A mocinha envergonhada e desastrada da papelaria.



Talvez você me atropele com o carrinho do mercado enquanto olha sua lista de compras. Talvez na mais clichê cena de cinema você derrube seus livros no chão e nossas mãos se toquem enquanto lhe ajudo a recolher seus livros. Talvez seja a amazona que me impeça de entrar na reserva para um banho de cachoeira.

Defensora dos animais. Violonista da orquestra sinfônica. Garçonete do casamento do meu irmão. Prima distante do meu melhor amigo. Afrodite, Atenas, Era ou Helena.

Não sei quando ou onde irei lhe encontrar, mas quando acontecer eu saberei pelo seu olhar que encontrei a mulher com quem quero partilhar o mundo. Pode demorar, iremos nos encontrar. Irei protegê-la e cobrir meus sonhos, só para ter o gosto de revelá-los pouco a pouco enquanto conheço os seus.



terça-feira, 14 de maio de 2013

Migalhas

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Eu que acreditava nas suas promessas, agora me sinto abandonada. Eu que acreditei no pra sempre, agora vejo que acabou. Você quer ir e vir da minha vida como bem entende, e não percebe (ou finge não perceber) o quão mal isso me faz. Cada vez que você me enche de esperança eu sorrio. Cada vez que você vai, eu choro procurando colo com alguma amiga.

Será que sou tão trouxa para acreditar que um dia isso vai mudar? Que você vai vir e ficar aqui comigo? Que vai ficar abraçado comigo, como se me protegesse do mundo? Mas talvez eu não passe de uma garota boba e sonhadora. Sonhando com um conto de fadas (improvável e impossível).

Minhas amigas já tentaram me arrancar de casa para sair com elas, mas não consigo. Me prendo a minha casa na esperança de que a campainha e seja você dizendo que voltou para ficar. Ou que fará algo bobo para me reconquistar (mesmo sabendo que você nunca me perdeu e, sim, eu que lhe perdi), talvez uma serenata por sob a janela do meu quarto. Sempre que saíamos junto para os luais na praia ou noite de fogueira, eu ficava imaginando o dia que você comporia uma musica para mim. Mesmo que fosse uma música inspirada nas canções do Vinícius, Chico ou Caetano que você tanto gosta.

Não sei como ainda posso ter esses sonhos. No fundo sei que nada disso vai acontecer. Que você nunca me amou do jeito que eu te amo. Na verdade sei, que se você voltar será só para saciar o seu desejo e então ir embora. Mas talvez eu me contente com essas migalhas, por elas serem algo seu ainda.
Imagem - http://quebrandoosmitos.blogspot.pt/2013/04/o-triste-fim-da-minha-ex.html




quarta-feira, 1 de maio de 2013

Compartilhando a alegria

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- Sabe vô... Eu não entendo! Eu vejo algumas pessoas dizendo que “alegria compartilhada é alegria redobrada” e também vejo outras dizendo que “não grite alto a sua felicidade, a inveja tem sono leve”. Isso não é contraditório?! Eu não entendo. Como as pessoas podem pensar tão diferentes.
Imagem - http://www.tumblr.com/tagged/minhahistoria?before=21
- É meu neto... Seu avô já está velho e viveu bastante. Imagine quantas vezes eu já não ouvi essas duas frases. Parece um tanto paradoxal, mas talvez não seja. Ao menos eu gosto de pensar assim.
- O que você pensa vô?
- Quando você passou naquela sua prova de química que estava com medo. Você não veio me contar todo contente.
- Sim. Eu fiquei muito feliz de ter conseguido passar e não precisar da recuperação. Contei para você no mesmo dia que saiu o resultado.
- E eu fiquei ainda mais feliz por você. A alegria que você compartilhou comigo, se multiplicou. Ficamos nós dois felizes. E seus pais também.
- Eu ainda mais feliz por vocês estarem felizes também.
- Viu como a alegria se multiplicou.
- Sim. Mas essa história de “não grite alto sua felicidade, a inveja tem sono leve”?
- Somos família, não somos? Família tem esse poder meu neto, de compartilhar e multiplicar suas alegrias. Não só as famílias, os amigos e as pessoas em geral também. Entretanto, algumas pessoas não compartilham suas felicidades, elas gritam, às vezes a fim de provocar inveja e outras por simples inquietação. Certas pessoas param e conta uma mesma história para diversas pessoas. Isso se torna perigoso, compartilhar a sua alegria com qualquer um, pode levar você a compartilhar com alguém que não está disposto a multiplicar e, sim, a tomar a sua alegria. Infelizmente, existem os que não maduros o suficiente para ficarem felizes pelos outros e apenas os invejam, muitas vezes isso acaba gerando consequências ruins a quem compartilhou sua alegria.
- Você está me dizendo, que não posso compartilhar minha alegria sempre que eu quiser e com quem eu quiser, vô?
- Não, meu neto. Você tem mais é que compartilhar a sua alegria sempre que quiser e achar necessário. Você só deve estar preparado para saber que nem sempre ela se multiplicará, que algumas vezes você correrá o risco de despertar a inveja de pessoas que tenham o coração magoado. São escolhas que você irá fazer. Deverá estar sempre pronto para as consequências. E não existe uma fórmula para isso. Eu já errei muito. Por compartilhar com que não devia e por deixar de compartilhar com quem devia. Somos humanos.
- Você me deixou um pouco confuso, vô. Preciso pensar.
- Pense o quanto quiser.
- Mas, vô... Eu confio em você sempre vou querer compartilhar minhas alegrias contigo.
- E eu sempre estarei pronto para multiplica-la com você.
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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Tentativas - Capítulo 01

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- A tua 11 horas.
- Muito gata. Mas prefiro a minha 3 horas.
Imagem - http://blog.pasch-net.de/paschnobrasil/plugin/tag/cursos+para+jovens
- Linda também. E faz mais teu tipo. Tu curtes as miúdas.
- Não só as miúdas. O que me fascina mesmo é o jeito de menininha que ela aparenta ter.
- Está gamado nessa guria, hein?! Toda vez que tu a vês, tu comentas dela para mim. Vais lá. Fale com ela.
- Para tu és fácil me dizer isso. Tu nasceste com a bunda virada para lua. Nunca vi tanta sorte. Mal te dás ao trabalho e metade das meninas que tu conheces ficam cheias de graças para cima de ti.
- E por que tu não guardas esse discurso para ti, e vais logo lá falar com a guria? Inventa uma história. Te apresenta para ela. Leva tua bandeja e sentas perto dela. Diz que a comida da cantina está boa hoje, ou intragável como sempre.
- Grande! Vou chegar lá e ela vai virar o rosto ou responder friamente e pensar “por que esse guri tinha que vir me perturbar”.
- Pare de inventar desculpas e vás logo. Se tu demorar mais, vou eu lá falar de ti para ela. Se tu estás com medo de passares vergonha. Pense melhor. Preferes passar vergonha por ti só ou que eu te faça passares vergonha. Além disso, o que tu tens a perder?!

[...]

- Se tu colocares um pouco de sal nessa polenta e misturar bem. Até que ela fica com gosto de alguma coisa. Quer dizer, colocar bastante sal.
- E, minha pressão vai para as alturas. Sua mãe não lhe ensinou a maneirar no sal.
- Ensinar, ela me ensinou. Mas único jeito de dar algum gosto na comida da cantina é colocando sal.
- Você que está reclamando demais, não é tão ruim assim.
- Há dias que não. A lasanha da semana passada estava ótima.
- Isso eu concordo.
- Tu viste o cardápio de amanha já?
- Não. O que será?
- Strogonoff de frango. Espero que esteja bom. Faz tempo que não como.
- Adoro strogonoff, mas prefiro o de carne.
- Então por que não vens jantar na minha casa sexta e eu preparo um strogonoff para nós?
- Nem sei seu nome.
- E tu sabes o nome do cozinheiro da cantina?
- Não.
- Então porque precisas saber o nome do teu cozinheiro de sexta à noite?
- Bem do saidinho você, hein rapaz!!!
- Aqui está o endereço e a hora. Te aguardo sexta a noite. Tenho certeza que não irás te arrepender.



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Falta de carinho

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Eu só queria um dia acordar, olhar para o lado e ver a surpresa que alguém preparou para mim. Uma surpresa sem nenhuma segunda intenção (ou motivo obscuro). Uma surpresa feita de coração, simplesmente por carinho. Uma surpresa das quais gosto de preparar, das quais minha única expectativa é um abraço apertado de agradecimento.



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dessa vez

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Larga esse copo de cerveja e me dê a mão. Chega de beber por hoje. Vamos sair por aí. Apanhar o carro e descer a serra. Vem comigo ver o nascer do sol a beira-mar. Esquece esses problemas tolos e vem comigo. Amanha é sábado e mesmo que você encontre a solução agora, só vai poder resolver na segunda-feira. Você pode até querer ficar aí bebendo, mas aposto consigo que ver o sol nascer vai ser bem melhor do que você tomar essa cerveja quente.
Não adianta pedir um whisky duplo à cowboy. Ele não vai lhe esquentar como eu posso fazer. Ele pode até queimar sua garganta. Mas eu sou capaz de lhe aquecer de corpo inteiro. Larga desse balcão e vem comigo. Esquece desse mundo e desse peso nos ombros. Dá um pause nessa vida na cidade e vem comigo ver o mar. Pelo menos dessa vez.

Vem comigo! Ao menos dessa vez, esteja comigo de corpo e alma. Permita-me essa chance de conquistá-la. Ou pelo menos de alegrá-la. Estou cansado de você me procurar sempre que está triste ou chateada. Cansado de você me procurar para desabafar, mas nunca permitir que eu cuide de você. Pelo menos dessa vez, esquece tudo e deixa eu cuidar de você.

A música já está ruim. É fim de festa. Fim de noite. Vem comigo! Sem retoques na maquiagem. Quero você de face limpa. Você lava o rosto na água do mar. Vem, o rádio já anunciou que o sábado vai ser de sol. Esquece esse mundo e vem se divertir! Pelo menos dessa vez, vem comigo!