quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Na janela do ônibus

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Você me ensinou no período de dois dias que as coisas ainda podem simplesmente acontecer. Tão natural como segurar a sua mão, foi lhe beijar. Tão simples como lhe desejar bom dia, foi lhe abraçar.
Toda vez que sento no banco do ônibus eu baixo a cabeça e olho pro meu braço. Eu vejo seu carinho. Me vejo de mãos dadas com você. Enquanto você faz carinho no meu braço com a outra mão. Com a cabeça encostada no meu ombro. Sinto o cheiro do seu condicionador de cabelo.
Eu rio sozinho me lembrando das vezes que fui beijá-la e você escondia os lábios com o cabelo só para me provocar. Acho que nunca comi tanto cabelo, como naqueles dois dias. Fosse para libertar seu sorriso escondido ou lhe roubar um beijo.
Enquanto o ônibus roda, eu sonho com você apanhando o bus e vindo sentar ao meu lado. Sem dizer nada você se senta e nossas mãos se entrelaçam. Só quando acordo eu me dou conta de que sua presença não passou de um sonho.
Penso se um dia nos reencontraremos. Se um dia teremos mais que dois dias juntos. Se um dia estaremos juntos. Mas são muitos “se” e logo meu ponto chega. É melhor não criar expectativas. Só que a janela do ônibus me leva a sonhar e viajar. Quando o ônibus parar eu coloco meus pés no chão.
Gosto de imaginar como é o seu mundo. Sua rotina. Seus amigos. Seus romances. Se seus affairs também são capazes de arrancar risos e choros de você ou se é exclusividade minha. Você me ensinou “te echo de menos”. Eu espero para lhe ensinar “te quiero mucho”. Mas fica pra amanhã. Meu ponto chegou. Tenho que descer.

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