Você
me ensinou no período de dois dias que as coisas ainda podem simplesmente
acontecer. Tão natural como segurar a sua mão, foi lhe beijar. Tão simples como
lhe desejar bom dia, foi lhe abraçar.
Toda
vez que sento no banco do ônibus eu baixo a cabeça e olho pro meu braço. Eu
vejo seu carinho. Me vejo de mãos dadas com você. Enquanto você faz carinho no
meu braço com a outra mão. Com a cabeça encostada no meu ombro. Sinto o cheiro
do seu condicionador de cabelo.
Eu rio
sozinho me lembrando das vezes que fui beijá-la e você escondia os lábios com o
cabelo só para me provocar. Acho que nunca comi tanto cabelo, como naqueles
dois dias. Fosse para libertar seu sorriso escondido ou lhe roubar um beijo.
Enquanto
o ônibus roda, eu sonho com você apanhando o bus e vindo sentar ao meu lado.
Sem dizer nada você se senta e nossas mãos se entrelaçam. Só quando acordo eu
me dou conta de que sua presença não passou de um sonho.
Penso
se um dia nos reencontraremos. Se um dia teremos mais que dois dias juntos. Se
um dia estaremos juntos. Mas são muitos “se” e logo meu ponto chega. É melhor
não criar expectativas. Só que a janela do ônibus me leva a sonhar e viajar.
Quando o ônibus parar eu coloco meus pés no chão.
Gosto
de imaginar como é o seu mundo. Sua rotina. Seus amigos. Seus romances. Se seus
affairs também são capazes de
arrancar risos e choros de você ou se é exclusividade minha. Você me ensinou “te echo de menos”. Eu espero para lhe
ensinar “te quiero mucho”. Mas fica
pra amanhã. Meu ponto chegou. Tenho que descer.
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