domingo, 26 de outubro de 2014

Ensaio sobre a morte

Eu andei por aí e até me perdi. Entre buracos e sujeiras, andei sem rumo para achar uma trilha. Sonhei com a morte e acordei com a vida. Já imaginei a morte de tantas a formas, que aposto que Deus vai escolher uma diferente só para me lembrar: “Quem manda nessa porra, sou eu”.

Quando eu chegar do outro lado... Eu irei me questionar, por que motivo eu me preocupei tanto com a morte. Por que querer pensar no inevitável, se eu posso mudar o amanha enquanto Ela não me chama.

Dona Morte, por favor, espere. Espere até que eu não tenha mais significado. Espere até que, os que eu amo, tenham aprendido tudo o que eu poderia ensinar. Espere até que nenhum deles dependa de um abraço meu ou do meu carinho. Espere até que eu deixe minha marca para que alguns jamais esqueçam que eu estive por aqui. Só espere eu realizar alguns sonhos, mas se eles te agradarem também, me dê o tempo para realizar todos eles.

Se não for pedir muito, só chame aqueles que eu amo depois que eu tiver dito a todos eles “Eu te amo”’s em quantidade e intensidade suficientes para que partam com a certeza de que jamais serão esquecidos por mim.

Se não for pedir muito, só chame aquele que eu amo quando eu for capaz de viver sem o abraço deles. Só quando o tato do abraço estiver gravado na mente e o calor no coração. Espere até que saiba viver com saudade.
Imagem: Autor desconhecido

Dona Morte, eu sou um bicho egoísta. Eu vou tentar te driblar todos os dias. Eu vou tentar escondê-los de você, me esforçarei ainda mais por isso. Sei que nunca irei te vencer, mas tornarei essa partida mais longa que eu puder. Quando me derrotar, se eu tiver jogado bem, por favor, permita que a minha ida ajude no progresso de alguém aqui.



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