Eu tirei as teias do peito. As teias da alma. Vesti uma
camisa nova. Sai pela noite. Liguei para alguns amigos. Não os via há algum
tempo. Perguntei:
- Qual a boa da noite?
Escolhi uma festa na casa de um amigo. Três ou quatro rostos
conhecidos. Música alta. Um pessoal dançando. Peguei uma cerveja e cumprimentei
algumas pessoas. Aquela conversa de elevador. Noite agradável e lua crescente.
Um sorriso me chamou atenção. Um riso fácil. Uma alegria que
se via de longe. Talvez fosse culpa da vodka que ela estava tomando. Continuei
a conversa fiada, enquanto filmava de longe aquela guria.
Esperei ela ir pegar outra dose e corri para o bar. Ameacei
servir uma dose para mim, olhei para ela, sorri e a servi. Ela sorriu de volta.
- Já que eu lhe servi, acho que mereço saber seu nome.
Ela riu.
- Vai precisar mais que um drink.
Eu a tomei pela mão. A puxei para pista. Me aproximei.
- Eu não sei dançar, mas quero dançar com você.
Aquele sorriso que havia me chamado reapareceu de novo. Em
passos estranhos e sob o efeito do álcool, riamos e conversávamos. Horas
passaram. Música baixando.
- Eu preciso ir. Já está tarde.
- Me diz seu nome.
Perto do meu ouvido.
- Lua.
- Então se despeça de mim sob a luz da Lua.
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