quarta-feira, 14 de maio de 2014

Tirando as teias

Eu tirei as teias do peito. As teias da alma. Vesti uma camisa nova. Sai pela noite. Liguei para alguns amigos. Não os via há algum tempo. Perguntei:
- Qual a boa da noite?
Escolhi uma festa na casa de um amigo. Três ou quatro rostos conhecidos. Música alta. Um pessoal dançando. Peguei uma cerveja e cumprimentei algumas pessoas. Aquela conversa de elevador. Noite agradável e lua crescente.
Um sorriso me chamou atenção. Um riso fácil. Uma alegria que se via de longe. Talvez fosse culpa da vodka que ela estava tomando. Continuei a conversa fiada, enquanto filmava de longe aquela guria.
Esperei ela ir pegar outra dose e corri para o bar. Ameacei servir uma dose para mim, olhei para ela, sorri e a servi. Ela sorriu de volta.
- Já que eu lhe servi, acho que mereço saber seu nome.
Ela riu.
- Vai precisar mais que um drink.
Eu a tomei pela mão. A puxei para pista. Me aproximei.
- Eu não sei dançar, mas quero dançar com você.
Aquele sorriso que havia me chamado reapareceu de novo. Em passos estranhos e sob o efeito do álcool, riamos e conversávamos. Horas passaram. Música baixando.
- Eu preciso ir. Já está tarde.
- Me diz seu nome.
Perto do meu ouvido.
- Lua.
- Então se despeça de mim sob a luz da Lua.



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