segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Permita

Eu sei que eu cobro demais. Cobro de você. Cobro o carinho que você me deu um dia. O carinho que sem querer você usou para me conquistar. Você me deixou órfão do seu carinho. Me deixou órfão de você. Dia após dia, deixei ser seu príncipe para ser um sapo num feitiço qualquer.

Não sei se é porque antes não nos conhecíamos ou se é porque agora nos conhecemos, mas tudo mudou (e não foi para melhor). Sendo órfão me tornei pedinte. Um maior abandonado pedindo carinho. Comemorando migalhas. Se outrora acordei com uma mensagem carinhosa vinda de você, hoje celebro uma mensagem respondida que não venha acompanhada de um ponta pé.
Por que não me permite entrar na sua vida? Estou cansado de bater a porta e você não abrir. De pular o muro, entrar sem permissão e você me mandar embora. Por que você me mantem assim à distância?

Me expulsa de uma vez. Diz que cansou do meu jeito carente, do meu jeito preocupado. Diz que gosta de outro. Diz que só quer um amigo. Mas me diz! Conversa comigo. Por que é tão difícil dizer?! Você é muito melhor com as palavras. Escritas ou faladas. Pode ser por carta, telegrama, telegrafo, email ou telefone. Só quero as palavras. Suas palavras.


Foi você quem disse não gostar desse mundo virtual em que vivo, por que não me deixa fazer parte do seu mundo real? No ciberespaço eu lhe mantenho por perto. Mas esse perto é longe demais.
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