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Sinto um pouquinho de inveja de você. Você conheceu lugares tão incríveis, dos
quais muitos eu sonho conhecer. Mas, não compreendo por que você se calou.
Estava tão alegre me contando dos belos lugares e de repente ficou mudo e se
entristeceu. Por quê?
Imagem: Filme - Ultimato Bourne |
- Ah My Lady, nem tudo são flores. Ao mesmo tempo em
que lembrei e lhe falei de tão belos lugares, também estive em lugares não tão
bons. Também houve maus tratos, vi a morte de inocentes pelo abandono e pela
fome, como um expectador incapaz de fazer qualquer coisa.
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Acalme-se! Você não tem culpa dessas coisas. Feliz! Feliz! Fiquei feliz por
todas as boas coisas que você conheceu. Você está de volta a sua casa...
- Casa, My Lady?!?! Você sabe muito bem que eu não
tenho mais casa. Minha casa se desfez quando Deus tomou minha família. Ele
escolheu meus pais e meu irmão, ao invés de me levar. Naquele acidente de
carro, meu pai, minha mãe e meu irmão partiram desse mundo, sobrou apenas eu da
minha descendência. Você sabe, disso. Você foi me ver no funeral. Não era mais
possível ficar onde estava, sendo que cada olhar para o lado era uma lembrança
do meu sangue. Nesses anos que fiquei fora, vive de bicos aqui e ali. Trabalhos
humildes que me mantiveram vivo e me permitiram cada vez estar num canto
diferente, como um nômade eu vive. Não me orgulho de nada, e também não me
arrependo de ter partido sozinho. Esperei que Deus me levasse para junto deles
em alguma esquina do mundo, mas isso não aconteceu.
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Não fale assim! Eles lhe amavam muito, jamais gostariam de te ver sem seu gosto
pela vida. Você se lembra do dia que nos conhecemos? Se lembra do sorriso que
você tinha? Da alegria que você demonstrava brincando com o filhinho daquele
seu amigo?
- Jamais me esqueci do dia que a conheci. Lembro-me
bem, daquele dia. Eu brincava com o filho do meu amigo, correndo e chutando
bola pela rua. Nós dois riamos, como se eu ainda fosse uma criança da idade
dele. Você surgiu toda sem graça, mas parecia encantada com aquela cena. Perguntou
se a criança era meu filho e pareceu se alegrar ainda mais, quando soube que o
garoto era filho de um amigo, seu vizinho da rua de trás. Você entrou na
brincadeira com a gente, e me conquistou com o seu carinho.
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Aquele garotinho era mesmo uma graça, imagino que já deva ser rapaz. A família
do seu amigo mudou de endereço. Não tive mais contato com ele. Mas se você se
lembra de tudo isso, por que não volta sorrir como naquela época?
- Não sei se ainda tenho motivos para sorrir como uma
criança.
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Sempre há motivos para sorrir. Olhe ao seu redor.
- Vejo estranhos. Sinto-me um estranho. Você diz que
aqui é minha casa, mas continuo a me sentir um estrangeiro em meu país.
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Você não mudou nada.
- Não?! Por que diz isso?
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Porque você continua aí, se depreciando, se isola do mundo ao seu redor, e
então reclama que está sozinho. Não é mais fácil viver no mundo?!
- E onde eu vivo, My Lady, se não é no mundo?
Muito bom meu querido! Esperando o próximo.
ResponderExcluirAbraços!
Valeu Brunão! Logo vem mais!
ExcluirAbraços
Muito bom, Thi! Já me sinto na história. Poste mais, mais!! Bjinhooo.
ResponderExcluirPode deixar, Tha!
ExcluirBeeeijos
Bacana (: Aguardo o próximo!
ResponderExcluiro/
ExcluirBommm lindão!!!!!! Na espera do próximo =D
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